sábado, 18 de dezembro de 2010

JANELAS DA VIDA

            Contradição



O que eu nunca senti

Às vezes, e agora sinto.

E o que eu sentia

Agora não sinto



Quando sinto alegria

Logo vem a tristeza

Quando penso

Que é só tristeza

Vem junto a angustia



Angustia, angustia

É o que eu sinto.

Mas, de quê ?

Logo me pergunto

Não tem causa

Logo não me desabafo.

Por que não me desabafo?



Porque não existe

O objeto do desabafo

Aparece a fúria, o ódio.

A emoção toma conta

Que contradição!



Não sei o que eu falo

Não sei o que eu penso

Só sei se penso errado

Não tem explicação



Às vezes digo sim

Ao mesmo tempo

Paro e digo não.

Mas logo vem

O talvez que gera

Toda a confusão !



Sozinho estou feliz.

Acompanhado?

Agora te digo não

Não, sim, não

O quê então?



Não sei o que falo

Não sei o que penso

Não sei o que sinto

Às vezes não sinto



Se penso que acabou

Logo começa de novo

Tristeza, angústia

Mágoa, amor.

Embaralhou tudo

Agora ? Acabou.



          A morte de um poeta


Ó que tristeza é

A morte de um poeta.

Quando se parte

Para o seio da terra

Dormindo este

Na solidão e calado

Está o seu coração.



Que se desfaz como

Uma serração e na neblina

Só resta saudade

E tristeza no coração

Aguardando a ressurreição



Os bravos nunca morrem

Diz um certo ditado

Todos de ti se lembrarão

Meu caro poeta animado



Obrigado por suas loucuras

Seus ensinos, rimas e conselhos.

Que a todos enfrentou sem medo

Para lutar pelos seus direitos



Parabéns, poeta.

Descanse na sua tumba

Obrigado pelos seus

Pensamentos que despertou a

Todos para os bons momentos.




            Sentado a beira do caminho

Olho e vejo a vida passar

Não sei se o

Amanhã chegará

Ou se o passado

Vai voltar.



Estou a beira do caminho

Os amigos todos

Já passaram e eu aqui

Estou sentado sozinho



Só me resta uma

Grande saudade

E tudo que virá

Será vaidade

E pura ilusão.

Imaginar o futuro

É pensar em vão



Olho e vejo a vida

Passar e contemplo

Que estou sozinho

Uma voz me diz bem

Suave amigo não desista.



Lembro –me dos amigos

Saudade faz doer

No peito o amor e o respeito

Pelos amigos do peito



Meus amigos já passaram

Fico triste quando

Olho e vejo que estou

Distante deles

No meio do caminho



Preciso continuar

A caminhada

Não adianta chorar

Lamentar, o recurso é

Viver a vida e lutar

Que a vitória chegará.



Só me resta saudades

Mas assim é a vida.

Tenho a esperança

De encontrá-los

No final do

Caminho dessa vida.





           Que será?


Que será da minha vida?

Os amigos vão passando

O amanhã vai-se acabando

E o passado vai aumentando



Que será da minha vida?

Minha juventude

Vai passando

A velhice aumentando

E a solidão no

Peito apertando



Que será? , que será?

Quando o futuro chegar

O presente passar

E depois findar?

E o passado eu

Ter que relembrar?



Não sei o que será

De mim no tempo

Relembrando os

Velhos tempos

E momentos sentado

Num banco da praça

Vendo a juventude

Que não passa



Só me resta viver

A vida sem se preocupar

Com o futuro

Tentar lutar e

Agradar o mundo

E virar uma lenda

No fim do túnel.



            Quando chega a noite na cidade.

Quando chega a

Noite na cidade

É triste e dura

A realidade

Dum anoitecer

Sem a certeza

Que irá amanhecer



Choros, brigas

E embreaguez.

Barrigas roncando

Sem ter o que comer

Mendigos pelas

Ruas esperando

A esperança do amanhecer



Quando chega a

Noite na cidade

Acaba – se a vaidade e

Chega a dura realidade

Quem tem lar – se esconde

Com sua família descansando

E esperando o amanhecer



Quem não tem lar e família

Fica com a depressão

Com vícios e tristezas e pesares

Que – lhe adotou como família

E que lhe prende na agonia



Quando chega a noite na cidade

A esperança bate no peito

Ao pensar no amanhã da felicidade

Anoitecemos e não sabemos

Se amanheceremos.



                 E se eu chorar?


Passamos por lutas

E sofrimentos , alegria

Tristeza de tudo um pouco.

Chega a nos em paz

Ou em tormento

E se eu chorar

Neste momento?



A vida vai passando

Os amigos se findando

A saudade apertando

E se eu chorar

Neste momento?



O tempo vai se findando

O amanhã vai despertando

E o soar de um

Novo tempo chegando

E se eu chorar

Neste momento?



Se eu chorar

Neste momento

Não fique triste

Pelo meu tormento

Esta é a única maneira

Que eu tenho de expressar

Meus sentimentos



Não tenho palavras

Para lhe dizer

Que minha vida

Só resta saudades

De um passado que

Findou-se e que

O tempo apagou



Mas no meu coração

A chama despertou

E se eu chorar

Neste momento?

Sorria para mim

A todo tempo

E me anime dizendo que

A vida continua

E que chega

De sofrimentos



E se eu chorar

Manda-me

Olhar para cima

Faça-me ver que

Tenho companhia



Mostra –me que

Não estou sozinho

E que de mãos dadas

Com você eu vencerei.



                   Quinze anos

Para você parece

Que demorou

Mas, para seus pais parece

Que o tempo voou.

O tempo passa e logo

Chega o tempo.


O tempo de crescer

De amadurecer

E de florescer.



Quinze anos

Quinze anos jovem.

Ficamos com mais

Vontade de viver

Viva a vida e

Faz a sua vida.

Quinze anos sempre

Por toda vida.





Viver, lutar, vencer.

É assim que deve ser

Lutar pelos seus

Sonhos com

Coragem de viver



Esta data marca inicio

De uma caminhada

Que mais parece uma jornada

Cortando a vida por etapas


Etapas que passamos

E conquistamos

Criança, adolescente

Jovem e velho.



Cada fase é uma estrela

Que se perde pelo caminho

Acesa no passado

Que faz brilhar no presente



Não desista vai em frente

Lute e tente e

Seja persistente.

Você tem muitas

Vitórias pela sua frente


                 

              Poesia do amigo
Amigo, meu maior prazer

Foi te conhecer

E saber quem é você

Poder contigo

Aprender a viver

E a lutar pela

Vida com você.



Um amigo a gente

Nunca esquece

Cada vez que nos encontramos

E nos falamos


A história se repete e a

Amizade se floresce.

Cresce no peito e o

Amor resplandece.



Amigo foi bom

Conhecer você

Tudo é vazio

Sem você

Com seu jeito

De viver meu amigo

Eu dependo de

Você para viver



Amigo eu quero

Sempre te ver

Saber como vai você

Poder olhar para

Você e dizer:

Amigo foi bom

Te conhecer



A melhor coisa que

Fiz na minha vida

Foi achar você

Que agora passa a ser.

Toda a razão do meu viver

Amigo, nunca vou

Te esquecer.

Por onde eu andar

Quero levar você.

Dentro do meu peito

E lembrar quem é você.



Não quero ver as lágrimas

Rolarem pelo seu rosto

Quando nestas

Linhas você meditar

Lembre-se tudo pode passar

Mas a nossa amizade.

Essa jamais acabará



Como é bom poder caminhar

Lado a lado com você

De mãos dadas pela vida

Só temos a vencer,

Amigo, agradeço

A deus por ter você.




                             Desilusão

Por que partistes o que não eras teu?

No meu peito me condenastes

A encarar a realidade

Que é ter que lutar

Com a desilusão



Oh! Amor tão belo

Por que rompeste o elo

Que ligava os dois

Pedaços do peito

Que formavam um perfeito?



E agora? , não há mais jeito.

O recurso é esperar tocar no peito

O que me trouxe tanto desencanto.

Vida desgraçada que é

Só dor e pranto

Como quer que sejamos felizes

Sofrendo tanto?



Só cessa na sepultura onde

Se cala o nosso canto

Não dar para ficar contente

Se não tem mais o vulto

Do teu rosto atraente



Tu que eras para mim a oitava

Dos setes milagres que

Neste mundo brilharam

Para que mais viver ?

Se não há mais alegria

Se o amor que por você

Crescia , expirou-se como se

Fosse um dia .




              Estou sozinho esta noite


Ai que vontade de sair pelas ruas

A procura de alguém para conversar

Não agüento mais o silêncio

Que me enche de tormento

Despertando em mim

Um sentimento de solidão



À vontade que eu tenho

É de ter você ao meu lado

Para que eu não me sinta derrotado

Como é triste sem a sua companhia

Penso que estou esquecido

Perdido sem abrigo, sem amigo.



Esta noite eu quero lhe falar

O que estou sentindo

O quanto é triste voltar para

Casa e ver que estou sozinho

Companhia só ao dia

Mas a noite vem só agonia.


De não ter alguém para conversar

E o medo de assim ver a

Vida terminar e sozinho acabar.



 


           Como está o seu amor por mim?
Como está o seu amor

Continua a bater no peito

Desejando ter minha presença

Para apagar esta chama

Que lhe queima de paixão?



Como está o seu amor?

Sabendo que onde estou

Não estou completo

Porque não tenho você por perto

A não ser um pálido reflexo do seu amor


Na brisa que me toca,

E na lua que brilha como prata.

Dando vida a esta noite sem graça

Vida que não tem mais jeito

Sem você ao meu lado

Trazendo o restante

Da minha alegria que

Ficou guardada com você

Como está o seu amor por mim?


Responda com o coração

E também com a razão.
Lembrando de meus beijos

Matando os seus desejos

De ser amada, de ser valorizada.

E imortalizada em meu coração.




Ciranda – Cirandinha


A noite chega

A lua desponta

A luz que ilumina

Clareando a calçada



Marca início das cirandas

Que alegra as crianças

Vem jovens, vem velhos!

Vem todos cirandar



Juntando os passos

Vamos todos cantar

Ciranda – cirandinha

Vamos todos entoar



Na noite tão bela

Crianças sinceras

Estão a brincar

Sem temores

E sem medos

Estão a cantar

Ciranda – cirandinha

Vamos todos entoar.




           O Palhaço também chora
A hora que as luzes

Apagam do picadeiro

Começa o vazio no peito

Ao olhar para dentro do coração

E ver que a alegria passou



Um sentimento profundo bate

Ao olhar para as arquibancadas

E ver que elas estão vazias

Ajudastes as pessoas a sorrirem

E agora? Quem vai fazer você sorrir?



Acabou-se a alegria

Ninguém amanhã se lembrara de você

A felicidade foi momentânea

Sei que se dependesse de você

Seria eterna alegria.



Deixastes os problemas de sua família

Por fora está contente e inabalável

Mas por dentro choras ao olhar e ver que só pode

Esquecer os problemas por instantes



Talvez o sorriso e a gratidão das pessoas

Seriam maior se soubessem que o palhaço

Que os fazem esquecer os problemas também chora



Mas o encara com alegria e com lutas

Para fazer a vida melhor, parabéns herói da cara pintada.

Lembre –se que não é feio e nunca vai ser

As pessoas saberem que o palhaço também chora

Mas incentiva os outros a vitória.



           Cambaleando na Madrugada.


Cambaleando na madrugada

Interrompendo o silêncio da noite

Dois passos solitários

Sem esperança e consolo

Já bebestes para esquecer a vida

Tão amarga e tão sofrida



E só assim, se debilitando no prazer.

Achastes que é fácil

De tudo se esquecer

E quando não se lembras de mais nada

Volta a casa com a vida desgraçada.

Cambaleando na madrugada



Tu não sabes que o barulho

De teus pés na calçada

É alegria para sua casa

A onde sua mulher e seus

Filhos estão a pedir a Deus

Proteção para você.

Voltastes para casa sem

Nada , mas para eles

O melhor é ter você com vida



Enquanto você estava no bar

Tentando de tudo esquecer

No seu lar, tua família

Pedia a Deus por você.

Enquanto os que dizem

Ser seus amigos vão embora

A sua família a te imploras

Para não mais beber.


Amigo, penses na vida

Problemas maiores terás

Se perderes a tua família

Por causa da bebida



Destruirás a tua vida e

Junto irás tua família

Olhas às lágrimas de

Sua esposa que choras

E com os filhos sentem

Dor ao te ver pelas calçadas

Cambaleando pela calçada


Tu chegas em casa e achas

Forças para calar os prantos

Com tapas e com bofetadas
Amigo, pare e reflita,

E também olhe para a vida!

Olhe para as lágrimas que

Por você são derramadas

Quando aos céus clamam

Por te pedindo a proteção.



        Amor Lusitano
Ficastes lá sozinho no tempo

Tão distante e sofrendo, desamparado.

Sem entenderes o por quê?

De tanto sofrimento.



Oh amor lusitano!

Que me enchestes de encanto

E que por mim chorastes tanto

Derramando todo o teu planto.


Camões também por ti chora,

Relembrando tua amada,

Que perdeste no mar da vida.


Choras relembrando sua culpa

Por correr atrás de aventuras

Pagou caro com choros e lutas.



Oh amor lusitano!

Infeliz que sou, este pobre pecador.

Que não soube dar valor

Ao teu sincero amor.



Vejo que eu sou um grande descobridor

Da ilha da ilusão, perdido no mar da solidão.

Sem rumo espero encontrar a morte

Não espero grande sorte


Amor lusitano, obrigado por

Demonstrar tanto afeto.

Por mim também pagastes

Um grande e cruel preço.

A dor do amor no coração.


             Canção do Amor

Chegas de mansinho

Suave como o vento

Mexendo com meu sentimento

Amor misterioso



Amor misterioso

De encanto e de magia

Só trás a alegria de

Ser feliz no amor


Não sei de onde vens

Só sei que vens com força

De amor misterioso.



Amor misterioso

Meu coração é seu

Não sei qual é seu nome

Não tem explicação

Só sei que eu te sinto

Chegar bem sorrateiro

Nas horas de tristezas



Amor misterioso

Perfuma meu coração.

A vida sem você

Não passa de ilusão

Receba desse amigo

Uma eterna gratidão




             Fogão a Lenha

O viver doce é aqui no campo

Na beira de um rio

Nasce meu encanto



Vendo às matas verdes

E as Campinas

Cachoeiras claras que

Vem das montanhas



O viver em paz com a natureza

É saber desfrutar de suas belezas

E sentir o ar puro

É sentir a vida

É o fogão a lenha

Que faz boa comida



E uma fumacinha pela janela

Vai buscar o meu amor

Vem sentir também esta beleza

Vem pro paraíso amor .



Pois aqui no campo

Tudo é tão lindo

Tudo é tão belo

Tudo é infinito



Más sem você eu

Vou morrer de paixão

Pois é muito grande

A minha solidão



Com você por perto

Tudo é diferente

A brisa do vento

Sopra o amor da gente



Ás águas refresca

O coração ardente

É o fogão a lenha

Esquentando a gente



É o amor nosso

Com a vida no campo

É o paraíso de nossos sonhos.



             Saudosas brincadeiras do nosso Povo


Quem não se enxerga

Recebe o nome de cobracega

Com os olhos vendados

Sai procurando os colegas


Com um punhado de pedras

Joga-se belisco na calçada

E se entra correria agora

É porque a brincadeira é de Bóia



E para quem é atleta

Vamos jogar peteca ?

E para quem gosta de dar às mãos

E andar em círculos

No ritmo da infância

Vamos dançar ciranda?



Para quem gosta de procurar

Eu vou correr e amoitar

Se você me encontrar

Favor então gritar :

Pique um , dois , três

O fulano eu ali está .



E se eu for à rua

Com quem meu

Anel vai estar ?

Atirei o pau no gato

E o povo até benzeu

Por causa do miado

Forte que o gato deu



Não sou polícia

Mas nas brincadeiras de ronda

Se são meus amigos , logo então grito:

Pique ajuda um , dois , três

Encontrei você outra vez



Eternas brincadeiras saudosas

Ás de hoje são bebidas

Roubos , fumos e drogas

E as antigas que faziam

O homem crescer

Se perderam na história .

 


                    Mais um dia amanhece

Mais um dia amanhece

E o que eu vou fazer nesse dia ?

Não vou deixar que os meus

Problemas venham – me entristecer



Apesar dos problemas que

Já estão na porta a bater

Hoje eu decidi levantar e viver

Vou esquecer o amanhã

Que tanto me faz sofrer



Procuro tanto em viver o amanhã

Que me esqueço de viver o hoje , ao amanhecer

O amanhã é o dia de hoje duas vezes ,

Se eu viver bem hoje

Amanhã será bom duas vezes



Mas se eu viver mal.

Amanhã pensarei no passado

E tentarei consertar o presente.

Mais um dia que devo viver

Com amor e alegria



Hoje eu acordei sabendo que

Muitos não amanheceram

E que muitos não dormiram

Por causa da dor e do sofrimento



Vejo que sou privilegiado

Vou viver hoje como se fosse

O meu único dia e com o

Meu próximo vou compartilhar

Hoje dessa grande alegria



Hoje não vou reclamar da vida

Se faz sol ou chuva

Se é fácil ou difícil

Se faz calor ou frio

Vou fazer a minha parte

Vou cumprir a minha tarefa

Até o final do dia .



                  Criança



Vou correr

Vou brincar

Vou saltar e então cantar

Sou criança inocente

Tudo para mim é diferente

Chegou à tarde de mais um dia

Mais um dia de criança



Vai pro quarto pequenino

Vai dormir para crescer

Vai dormir , vai sonhar

Com anjinhos a cantar



Dorme , dorme inocente

Criancinha bem contente

Que amanhã é novo dia

Pois tudo será mais alegria



           Garoto de Rua

Hoje nasceu mais uma criança

Nas ruas da cidade

Filho de mãe prematura ,sozinha

Desiludida e sem o apoio da família



Deu a luz a um jovem sem teto

Sem amor e sem afeto

E sozinho nas ruas aprenderás

O que não é correto



Crescerás e lutarás para viver

E dos furtos e das drogas

Tirará o teu sustento

Jamais saberá o que é está na escola

E numa lata de cola perderás seus

Sonhos e pensamentos



Crescerás num mundo vazio

E terás o desprezo , a revolta e o descontentamento

Ao ver pessoas que podem ajudá-lo

Virarem às caras e descrimina-lo

No meio de tantas injustiças

Só crescerás a revolta



Verás que ninguém lhe estende a mãos

Para tirá-lo dessa situação

Seu futuro é a morte , que triste e infeliz sorte

Se às drogas não o levarem

O traficante , às doenças ou os grupos

De extermínios o levarão



E mesmo assim se de tudo escapar

Na cadeia irá parar

E o restante da vida a encurtar-se

Na janela de uma cela

Vendo alguns privilegiados que nasceram

Num lar com uma família estruturada

Reclamando da vida e não dando a ela

O seu real valor



E fazendo às pessoas ao seu redor

Chorarem de tanta dor

A vida não é injusta , nós é que somos

Injustos na hora de compartilhar o carinho

A ajuda e o amor

Todos os dias a história se repete

Nas ruas da cidade .






                      O varredor de Ruas
Amanhece o dia e um

Senhor solitário varrendo

A velhas ruas da cidade

Antes das pessoas se levantarem

E verem às desordens de lixos

Semeados pelas ruas por

Baderneiros e vira –latas

Aquele pobre varredor passa com

Sua vassoura varrendo às ruas e às calçadas



Crianças em suas ruas não sabem

O que é cortar os pés em cacos de vidros

Graças a esse bom senhor matutino

Às pessoas despertam e não sabem o que

Aconteceu na noite passada em suas ruas

Saem para o trabalho e nem si quer reparam

Como está tudo limpo e arrumado



Não existe lixo em suas portas

E nem folhas e nem vestígios

Dos desordeiros noturnos

Oh varredor de ruas!

Você também acaba varrendo

O nosso orgulho ao nos mostrar

Que apesar de às pessoas não notarem

Você às ama e por isso escolheu ser útil

A elas nessa humilde profissão



Que apesar de muitos olharem

Para ela com discriminação

Você faz dela uma das

Mais honradas profissões .






              A flor do meu jardim


Sonhei que você era

A flor do meu jardim

Uma semente de esperança

Que plantei num vaso de amor



Que reguei com gotas de carinho

Com adubo do respeito

Crescestes no meu peito



Abristes um botão de alegria

Com pétalas de educação sadia

De todas às outras plantas

Conquistastes a simpatia



E os raios do sol da admiração

Clareiam –lhe todos os dias

Pois você é a razão

Da minha eterna alegria




          De onde vens o vento?

 De onde vens o vento

Que passa pelas Campinas

Sacudindo às flores do pé da colina?

De onde vens o vento

Que sopras pelo rio onde

Banha-se o meu amor ?

Passas pelo teu corpo

De Afrodite lhe revestindo

Da brisa serena que vem do anoitecer



Oh minha musa da paixão

Assim és o meu amor como o vento

Que te sopras e te faz gelar a alma .

Secando teus medos e tormentos

E lhe enchendo os pulmões de amor

Que sopra às nuvens aos corações secos

E faz cair a esperança que faz

Germinar a arvore do amor



Não sei de onde vens

E nem sei para onde vai

Só sei que sua eterna

Trajetória é infinita

Assim és o meu amor

Por você ,como o vento.




                   Barquinho de papel

uando a chuva cai

Saio correndo pelas ruas

Com meu barquinho de papel

Acompanhando à enxurrada

Vejo ao longe às águas levando

Meu barquinho ,tão frágil e tão pequeno

A caminho do rio



Fico imaginando eu nele com o meu amor

Abraçados , seguindo o nosso destino

Até o calmo mar do amor

Meu amor por ela é como o barquinho de papel

Tão frágil nas ondas da vida

Mas mesmo assim não se intimida

E vai seguindo sua vida



Meu amor por ela é como este barquinho

Guiado pelas mãos de inocente criança

Que colocou seus sonhos em um pedaço de papel

Feito com o papel do mais puro amor

Guiado pela inocência nas enxurradas da vida

Até o rio da esperança onde se fortalecerá

Para chegar até o mar do amor

Calmo puro e vencedor, do mais puro amor.



            A enxada e a caneta

Não me digas tu ,oh caneta

Que de mim só vem desonras

Pois tu dizes que só pegam a

Você gente de boa fama



Mas ,olhe só aqui no campo

Veja às pessoas que lutam

Tanto para manter os que

Pegam a você com encanto



Com minha ajuda muitos

Fizeram fortuna para seus filhos

Virarem doutor lá na capital

Para depois te usarem e você

Chegar pensando ser a tal



Saiba de uma coisa que acontece

Aqui no campo , malandro não tem

Vontade de me pegar para trabalhar

Só me pega quem é honesto

Quem não teve condição

De só contigo trabalhar



Mas são homens honrados

Diferentes dos salafrários

Que só querem dos outros

Aproveitar e crescer na vida

Sem ser preciso trabalhar

Desse tipo de gente você

Também não tem como escapar



Tem que a eles servir ajudando-os

Ao mundo defraudar, enquanto que

Comigo, que sou a caneta da roça

Não tem como crescer sem trabalhar

Respeito a você como caneta



E também de mim deverias respeitar

Pois de mim também sai o sustento

Das mãos que te seguram por lá .





             Cavalaria Lusitana


Ouvem-se os barulhos dos cascos

Dos cavalos pelas ruas da cidade

Será guerra , será repreensão , ou

Até mesmo uma rebelião?



Não meu bom homem mineiro

É a cavalaria lusitana

Que deixou o rio de janeiro

E veio até aqui para nos tirar o sossego



O que querem esses desalmados

Além de nos levar o quinto

Das nossas riquezas , do nosso ouro?

Querem nos tirar também a liberdade

Levando Tiradentes , o sonhador divino



Querem destruir os nossos sonhos

De sermos livres da escravidão

Querem abafar um grito

Que irá despertar a nação



Um grito que os cavaleiros

Não podem matar em cada coração

Perdemos Tiradentes, que agora morrerá

Como um inconfidente para despertar

O patriotismo da nação



Mostrou ser um brasileiro

Ao dar a sua vida pela liberdade

Do seu país , sua nação .



                 Poder revê-la

Poder revê-la é o que mais me

Importa neste mar da saudade

E poder te ver em meus braços

Aqui estou como Odisseu

Enfrentando poseidon destino

No mar das lutas e das saudades



Anseio chegar a praia dos

Teus beijos e abraços

Assim como o jovem de ìtaca

Ansiava após suas aventuras

O descanso nos braços de

Sua amada Penélope



Poder revê-la é o desejo que sinto

Ter em meus braços ,

Sentir o seu carinho

Poder unir nossos sentimentos

Em um só laço de esperança vindoura



Sem temer o futuro , pois se

Estou ao teu lado ,estou seguro

Seguro e confiante,pois tenho

Mais alguém que se preocupa comigo

Pois juntos não há o que temer

O vindouro futuro, apenas

Encara-lo com muito orgulho.



                  Crítica

Surgistes com os gregos com

O intuito de ofender os loucos

Sentados no Divã do Olimpo

Com o tempo foi –se aperfeiçoando

Com um pouco de realismo,de sátira,

Humor e zombaria



Despertando iras, tristezas e contendas

Dúvidas e levantando incertezas

O humor é a crítica , a realidade

Sendo contada de maneira

Alegre e descontraída

Às vezes torna –se arma para quem

Quer ao próximo ofender

Às vezes ajuda a verdade a tona aparecer

A não aceitar tudo que os

Outros vêm lhe oferecer



Começastes lá nos tempos

Passados com um gordo feio

Baixo e debochado . Platão

O careca endiabrado



                          Minha ninfa


Admirando sua pele divina

E sentindo em minha boca

O teu beijo ardente

Oh minha ninfa inspiradora !

Faz-me viajar em um sonho

Profundo e irreverente



Quando a vejo andando de encontro

Ao sol escaldante , sinto ver o céu baixar a terra

Sinto ver um anjo, com doce olhar de encanto

Trazendo-me o mais puro amor do Olímpio

Com um brilho esplendoroso



Oh minha doce ninfa !

Venha para os braços do seu amado

Poeta mortal , que ao sentir você em meus braços

Cresce em meu peito uma coragem fenomenal

De sair a gritar , mostrar para todos



Esse amor que me faz sentir um poeta imortal

Sentado no divã do amor com você em meus braços

Passando-me todo o seu amor

Doçura são teus beijos como o néctar

Do Olímpio que revigora seu amado

Do amor imortal



Cesse tudo que de Afrodite

A velha lenda canta

Pois outro poder ainda

Mais belo se alevanta

E é você minha ninfa

Que me encanta.





           Olhando além da janela


Olhando além da janela

Eu avisto uma serra

É para lá aonde vai

O meu triste coração



Atrás daquela serra

Uma música tão bela

Faz soar meu coração

É para lá eu olho então



Que música toca lá?

Só o silêncio do vento

E o canto das aves

Ao passar pelas arvores

E pelas flores são

Para mim dois amores



Olhando além da janela

Eu imagino esta vida tão bela

Que está além da serra

Que torna a vida tão completa



Olhando além da janela

Não quero ficar apenas a contemplar

Quero lá levar meu coração

Para deleitar nesta emoção



              Marchar

Ao oitavo dia, do terceiro mês

Do ano de mil e quinhentos

O herói com brasão de cabras de Belmonte

Olha para o céu, olha para o mar.

Com um olhar bem descontente.



Oh, eterno poder trino!

Olhe só a vida triste

Que nos encobre, redemoinhos

De lendas que falam que existem

Nestas águas da imensidão.



Oh, poder trino que favor

Aos reis consente!

Concedeis nos marchar pelos mares,

Abrindo os horizontes da superstição.

Eu quero marchar com os ventos,



Com Deus e com os firmamentos do mar!

E Jeová reponde: "Marchar!

Avante irás sem se intimidar

Por outros mares a navegar."

Vai Cabral abre a minha eterna

Oficina e tire o Brasil de lá.



“Por esse mar longo”.

Afirmava Caminha.

Inspirado pelas ninfas

Que do olímpo desciam.

Vamos abrir à mente desta

Antiga marinha.



Ao vigésimo segundo dia

Do mês quarto de mil e quinhentos

Ao Brasil desembarcaram.

Povos e grandes riquezas acharam

Que nem nas índias, ouviu tal fama.

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